03, 04 e 05 de Setembro
O território tem sido foco de estudos e objeto de
investigação por diferentes setores do conhecimento. Antropologia, ciências
sociais, história, saúde, geografia, enfim, diversos saberes sociais e humanos
aprofundam a importância deste tema para traçar panoramas de gestão pública,
gerenciamento governamental, acesso a cidadania e garantias de direitos a
diferentes seguimentos da sociedade. No mesmo sentido, a saúde, em seu sistema
de garantias sociais cada vez mais estrutura-se conforme o contexto territorial
de sua área de abrangência física, geográfica e espacial. As políticas públicas
e sua formulação, formas de gestão social, avaliação de planejamentos de ações
setoriais em saúde, dentre outras emergências, inscrevem-se como válidas a
partir do registro considerativo sobre o território. No mesmo sentido, o
território, possui características e peculiaridades que comportam identidades,
culturas, formas de sociabilidades, expressões e manifestações sociais,
coletivas e individuais e singulares. Assim sendo, discutir saúde atrelada a
condição de pensar e refletir sobre a territorialidade (base inclusive das
politicas do SUS e posteriormente com as diretrizes do MDS, quando propõe a
criação do SUAS, CREAS e do CRAS) é de fundamental importância para o contexto
brasileiro e também para o contexto mundial, o qual a partir das relações entre
local e global, organizam culturas e formas de direcionamentos políticos e tecno-científico.
O evento internacional no cenário brasileiro amplia a importância da
consideração étnica e racial em saúde, na medida em que a população de nosso
país é também majoritariamente afrodescendente (negra). Este evento em sua
proposição vem preencher uma grande lacuna na Agenda de Prioridades de Pesquisa
em Saúde no Brasil: a urgência de aprofundar estudos e pesquisas sobre a
epidemiologia da violência inerente à história das populações negras e
indígenas no Brasil e no Mundo, aliando os estudos contemporâneos em saúde e
suas interdisciplinariedades através da aglutinação de pesquisadores, sociedade
civil e articuladores políticos com o fim de promover o fortalecimento dos
atores sociais na afirmação da cidadania e a evolução do contexto brasileiro e
diversidade internacional.
- Objetivos:
1 –
Contribuir para a implementação do Programa Nacional de Saúde Integral da
População Negra (instituído em
31/05/09);
2 –
Garantir e ampliar o acesso da população negra residente em áreas urbanas, no
campo e na floresta às ações e serviços em saúde;
3 –
Incluir o tema étnico-racial nos processos de formação e educação permanentes
dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social;
4 –
Identificar, combater e prevenir ações e situações de abuso, privação e
violência da população negra;
5 –
Favorecer a compreensão do território enquanto garantidor de ações
epidemiológicas que favoreçam o contingente brasileiro em sua magnitude (a
população negra);
6-
Fornecer visibilidade no âmbito acadêmico da importância do debate sobre
desigualdades raciais em políticas públicas brasileiras em saúde e educação mediadas
por experiências locais e globais
7 –
Considerar a territorialidade negra (o Estado da Bahia enquanto maior
contingente populacional negro no Brasil) como campo empírico das ações que vem
sendo realizadas em diálogo profícuo com o cenário nacional e internacional;
8 -
Conquistar e ajudar a promover maior solidez a uma rede de pesquisadores no campo da saúde e educação em torno de ações e
reflexões que vão de encontro à necessidade
da população brasileira em sua magnitude, considerando nesta proposição a saúde integral da população negra,
enquanto base prioritária da agenda nacional de pesquisa em saúde no Recôncavo da Bahia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário