"Como a poeta e ensaísta Adrienne Rich definiu,
'o que faz com que cada nova
geração de feministas pareça
uma anormal excrescência perdida
no tempo é o cancelamento
do passado histórico e político
das mulheres'."
Ou o feminismo será
interseccional ou não será, é o que diz a voz assertiva da transfeminista
interseccional Hailey,
uma das muitas mulheres que encontraram nas plataformas de blogs um canal de
difusão para denunciar, refletir e debater as opressões às quais a sociedade
sexista e racista tenta cotidianamente submeter a mulher. Opressões que podem
ser operacionalizadas, inclusive, em discursos de inspiração emancipatória que
não se atentem às especificidades, necessidades e vulnerabilidades à que estão
suscetíveis as diversas identidades, aprisionando na generalidade diferenças, que são socialmente revestidas de juízos de valor, que as transformam em
motivação para disparidades.
Falar, neste caso, ou nestes
diversos casos, de sua própria trajetória ou da trajetória afetiva, pessoal ou
coletiva, projetar o próprio discurso na troca da interlocução é contribuir
para as distorções ideologicamente direcionadas que distanciam a realidade
cotidiana dos enunciados e bandeiras de nossas lutas. Como na tradição da
transmissão oral das culturas negras, falar é uma ação ativa de empoderamento,
de dotar de saberes e reflexões o ouvinte, enquanto reelabora em si o próprio
conhecimento.
É uma projeção política que
costura laços e continuidades na história, quando rememora e constitui memória
e fazendo frente ao apagamento do passado histórico e político, feminino e
negro. A fala da mulher negra respira cotidianidade, contexto, proximidade,
localizando a dimensão política da vida em sociedade ao alcance de nossos pés,
mãos e fazeres.
As mulheres negras devem falar porque suas falas ambivalem desconstrução (do discurso opressivo) e construção (de lutas emancipatórias), porque revelam às gerações fatos e reflexões que a história oficial omitiu e distorceu, pintando mulher e homem negro com matizes que não nos pertecem e que implantam a estranheza em relação ao nossos desejos legítimos e históricos de liberdade.
Portanto, nesse 25 de julho, mulheres negras PODEM E DEVEM FALAR!
Neste intuito, o NEPGREG endossa a iniciativa da I Blogagem Coletiva pelo dia 25 de julho, em Homenagem a Creuza de Oliveira chamada pelo Blogueiras Negras:
"O que é ser uma mulher
negra pra você? O que temos para falar de nós, no nosso dia, da nossa vida, da
nossa experiência, da nossa luta?
Pretas desse Brasil, uni-vos!
Todas estão convidadas a responder isso participando da BLOGAGEM COLETIVA DO
DIA MULHER AFRO-LATINO-AMERICANA E CARIBENHA, no dia 25 de julho!"
Não tem blog? Envie notas ou textos de até duas laudas para nepgreg.gerencial@gmail.com que, de acordo com a coerência com a chamada e a temática publicaremos sua voz.
Saudações!
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